Wednesday, 30 May 2007

O SAPATO COM ARTE

Inauguramos hoje aqui no nosso blog, uma nova rubrica, uma nova secção, nasceu o Sapato Com Arte. O Sapato Com Arte é um espaço aberto destinado a promover a cultura e as artes visuais nos seus vários formatos. Abrimos as portas às novas tendências da Arte em geral, e em particular, e desejamos longa vida ao vosso sapatinho preferido. Tchin, tchin. Champanhe!

A redacção.

Porto - Boavista







Saturday, 26 May 2007

JOHN LURIE - THE LOUNGE LIZARDS



The last reference, with no promises, to the No wave of New York, we call John Lurie and his team, the Lounge Lizards. Lizards who would see some of the most curious guitar player, not to flatter them too much, like Arto Lindsay from DNA and a young Marc Ribbot who would work with Tom Waits, between others. John Lurie on saxo, unmistakable in his style, who always reminds me his roles in J.Jarmusch’s movies, like Stranger than Paradise and Down by Law, its black and white underground minimalism, associated to their jazz and the streets of dirty neighborhoods in the Big Apple, black and white as the suits, the ties and shirts of those Lounge Lizards.

Uncle Jerry




Incident on South street
Au contraire Arto
Well you needn’t

Voice of Chunk


A última referência, sem prometer nada, à No Wave de Nova Iorque na pessoa de John Lurie e os seus acólitos, os Lounge Lizards. Lagartos esses, que viriam passar alguns dos guitarristas mais curiosos, para não lisonjeá-los em demasia, como o Arto Lindsay, em tempos dos DNA e um jovem Marc Ribbot que viria a colaborar com Tom Waits entre outros. John Lurie no saxo, inconfundível no seu estilo, que não deixa de me lembrar os papeis que teve nos filmes de J.Jarmusch, como o Stranger than Paradise e o Down by Law, o underground minimalista a preto e branco na altura, como o jazz das ruas dos bairros sórdidos da grande maçã, preto e branco como os fatos, as gravatas e as camisas das lagartos de salão.

Big Heart

Thursday, 17 May 2007

BLACK DIAMOND HEAVIES



Back to the road. My machine's just blown up. Its head just went up in smoke and bad smells. That was a computer. The technicians took almost two weeks to tell me the motherboard was kaput and 15 Euros for something I already knew! But what is it exactly, master? I don't knoooow! Noooo ideaaaa! Ok. In a democracy you can choose where to get ripped off (in non-democracies you don't choose, I suppose) so off we go to the next door. Got a new motherboard, a new main chip, and a new hard drive. New brains for my machine head. And a new life. DIY technology will always be the best approach (for my wallet). All right, we're back on the road with a brand new Cadillac! And it works! Yes!

Sitched in sin




We´ve got in the spotlight this time, the little brothers of the Immortal Lee County Killers, the Black Diamond Heavies, the coqueluche here at the Area Futura for a short while. Sharing some elements with the other band, they also share the same devilish vein, a soul troubled blues, the distorded Rhodes replaces the guitars here. The album was recorded in a two track analog recorder, the tapes saturating like burning hot next to their melting point. Is that fat enough? That´s something we don´t see anymore for a long time, everything being highly digitalized nowadays, so cleanly made and heavily produced. The result is that raw, on the spot live in the studio record (I haven´t got their first EP yet) sweating hot in that southern part of hell, where they used to make the best blues. It’s been certainly distilled in illegal alembics for sure, God knows where. Fabulous stuff.

In-store performance




Fever in my blood



Estamos de volta para a estrada. A minha máquina arrebentou. A cabeça dela foi pelos ares em fumo e maus cheiros. Era um computador. Os técnicos levaram quase duas semanas para me dizer que a placa mãe estava KO e €15 por algo que eu já sabia. Mas o que é exactamente, mestre? Não seeeeeiiii! Nãaaaaaoooo, faço ideeeeeiaaaaa! Ok. Numa democracia, pode-se escolher onde ser gamado (em sistemas não democráticos, não se escolhe suponho-eu) assim fui eu bater à porta ao lado. Comprei uma placa nova, um chip dos grandes novo, e já agora um disco novo. Miolos novinhos em folhas para a minha máquina. E uma vida nova. Nunca se é melhor servido do que por si próprio, ou algo assim parecido. A minha carteira que o diga e os meus nervos também. Ok, de volta para a estrada com um carro novo! E a coisa foncemina! Grandioso!





Em foco, temos desta vez, os irmãozinhos dos Immortal Lee County Killers, os Black Diamond Heavies, a coqueluche aqui na Área Futura há já uns tempos. Partilham alguns elementos com a outra banda, partilham também a mesma veia diabólica, um blues soul de alma perturbada (um soul de alma?), o piano Rhodes distorcido substitui as guitarras aqui. O álbum foi gravado em duas pistas num gravador analógico, as fitas saturando nas temperaturas altas próximas do ponto de fusão. O som mais gordo que se pode conseguir em estúdio. E isto é algo que já não se vê há muito tempo, (desde o hard rock dos 70?) é tudo altamente digitalizado hoje em dia, tão limpinho e elaboradamente produzido. Topas aquele cheiro a alcatifa quente nas paredes e componentes electrónicos sobreaquecidos? Os vuímetros já pelo vermelho adentro. Aquece, aquece, filho, que ainda vais arrebentar. O resultado é este som cru, no momento, um álbum ao vivo no estúdio (não tenho o primeiro EP ainda), sem inutilidades de produção, transpirando de calor nesta parte sul dos infernos, onde costumavam fazer o melhor blues. Foi de certeza absoluta destilado em alambiques ilegais sabe-se lá aonde.
Uma particularidade: foram tocar para a loja de discos. A ver nos vídeos.